Infância perdida: a concepção de “menores anormais” na obra de Pacheco e Silva

Dissertação de Mestrado pelo Departamento de Psicologia Social, do Instituto de Psicologia da USP. Junho 2011.

Resumo: A pesquisa busca analisar a concepção de menores anormais na produção científica do psiquiatra paulista Antônio Carlos Pacheco e Silva, na década de 1930, no estado de São Paulo. A maior parte do material analisado encontra-se no acervo do Museu Histórico Prof. Carlos da Silva Lacaz, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Privilegiou-se, como recorte crítico de leitura, os escritos do psiquiatra que direta ou indiretamente discutem a infância. Porta-voz decisivo dos ideais da ciência médica do período, Pacheco e Silva teve grande importância para a institucionalização da psiquiatria no estado de São Paulo, baseando-se nos preceitos da higiene mental e da eugenia. Pode-se afirmar que o discurso sobre a anormalidade infantil, proveniente de Pacheco e Silva, estava em consonância com a preocupação política estadual de higienização da população, o que pressupunha vigiar e restringir a circulação social das crianças que, por sua condição econômica e/ou racial, não condiziam com o modelo desejado pelos higienistas.